
“O aspecto da lesão é de doença contagiosa e muitas vezes ela pode ficar muito exposta, o que faz com que as outras pessoas sintam repulsa. A psoríase, porém, não é contagiosa e os portadores podem ser tocados, abraçados e beijados sem problemas”, explica Claudia Maia, diretora de ações institucionais da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Ela diz que muitos pacientes ficam tão deprimidos que não procuram ajuda. “E o estresse pode disparar a doença em pessoas com predisposição genética”, completa ela.
A aposentada Irma Ecker, de 60 anos, tem psoríase desde os 11 anos e passou boa parte da vida usando calças e camisas compridas para esconder as lesões. “Uma vez eu sentei num ônibus e as pessoas se levantaram para não ficar ao meu lado. Também fui impedida de entrar na piscina de um clube. Quando fui ter meu filho, a enfermeira perguntou ao médico se eu poderia deitar na cama do hospital”, conta Irma, que faz parte da Associação Nacional dos Portadores de Psoríase, em Porto Alegre (RS).
A doença pode afetar unhas,cotovelos, joelhos, couro cabeludo, umbigo e a região lombosacra, que interliga costas e bacia. Mais raramente, ela aparece como artrite psoriática, uma forma de inflamação nas cartilagens e articulações, causando dor e dificuldade nos movimentos. O tratamento pode ser feito com pomada, loção, xampu ou gel nos casos mais leves, e com sessões de fototerapia e medicamentos orais ou injetáveis nos mais graves. “Diferentemente de outras doenças de pele, o sol é ótimo para o tratamento da psoríase. Por isso, quem tem deveria frequentar mais praias e piscinas, o que não acontece em função do preconceito”, explica Ricardo Romiti, coordenador do Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.
Por Guilherme Bryan
guilherme.bryan@folhauniversal.com.br